Os torcedores da seleção argentina agora têm um duplo motivo de descontentamento, especialmente os torcedores do clube argentino Boca Juniors. Após a derrota por 2-0 na casa da seleção uruguaia, o estádio La Bombonera foi fechado.
A Agência Governamental de Controle da cidade fechou os portões do estádio Xeneize como medida preventiva. A principal razão para essa decisão foi a superlotação no jogo da Albiceleste.
Em resposta, o clube argentino emitiu um comunicado:
“Orgulhosos por ter recebido os campeões do mundo em casa num ambiente festivo e com total normalidade, o Club Atlético Boca Juniors informa que, embora não tenha excedido a capacidade máxima do estádio, a agência governamental de controle do GCBA decidiu, após o jogo, fechar La Bombonera, alegando que a capacidade tinha sido excedida.”
O Boca salienta que suas instalações não estavam em plena capacidade. Além disso, prossegue em sua declaração com uma mensagem de hostilidade para com a AGC:
“Dadas as circunstâncias do caso, o clube considera que tal ação constitui uma prova de animosidade contra a instituição, algo que foi reiterado de forma sugestiva em várias ocasiões este ano.”
concluiu
Esta não é a primeira vez que o clube é sancionado por irregularidades na Bombonera. Em fevereiro deste ano, a terceira parte da bancada sul também foi fechada devido a deficiências e falhas no edifício.
A crítica mais forte ao estádio é o estado de degradação de suas instalações, já que algumas bancadas apresentam fissuras no pavimento. Portanto, a medida da agência é uma ação preventiva contra qualquer catástrofe posterior, devido à falta de garantias de estabilidade estrutural. O estádio do Boca Juniors preocupou os torcedores antes da partida. Para alguns, a escolha para o Clássico del Río de la Plata não foi a melhor opção, principalmente devido às críticas mencionadas acima. No estádio Monumental, onde a Argentina costuma ser anfitriã, ocorreram vários concertos nos últimos dias, incluindo Taylor Swift e, nos próximos dias, os Red Hot Chili Peppers e Roger Waters se apresentarão. Por isso, o gramado não está em condições de receber um jogo dos campeões do mundo. Assim, La Bombonera foi escolhida como sede, apesar de ter uma capacidade de 57.200 espectadores (27.367 lugares a menos do que no estádio do River). Uma diferença notável para um jogo de tal magnitude. Da mesma forma, a demanda dos torcedores foi muito alta, como era de se esperar, e houve especulações sobre o risco de overbooking. Além disso, a questão da lotação e da venda excessiva de bilhetes estava sendo investigada pela Procuradora Celsa Ramirez em relação a Cristian Riquelme, irmão do vice-presidente do clube e atual candidato à presidência, Juan Román Riquelme. O Clássico del Río de la Plata costuma ser um jogo de alta tensão. O estádio, a torcida e os jogadores viveram isso. Entre pancadas e choques, argentinos e uruguaios protagonizaram um confronto típico sul-americano. Felizmente, não houve sinais de violência entre as duas equipes. A verdade é que o estádio do Boca estava cheio e houve consequências. Alguns meios de comunicação argentinos estão associando esta decisão do governo de Buenos Aires às eleições presidenciais do clube argentino. Os principais candidatos são Juan Román Riquelme, atual vice-presidente, e o ex-presidente Mauricio Macri, que tem grande influência na cidade de Buenos Aires. A ligação entre esses aspectos resulta de declarações de Riquelme na mesma semana do recente encerramento de La Bombonera. Em entrevista a uma rádio, o ídolo xeneize atacou duramente a gestão anterior do clube, liderada por Macri durante muitos anos no Boca: “Vai ser uma escolha simples: querem continuar a ser um clube de futebol ou querem que usem o clube para fazer política. Não fui à universidade, mas não sou tão bruto. Fizemos melhor do que os outros. Venderam-te que o Boca era maravilhoso, mas havia dívidas”, indicou Román. Ora, a sugestiva decisão do Governo de Buenos Aires de encerrar o estádio não surge isolada ou em qualquer contexto, mas em plena campanha para as eleições no Boca. As eleições ocorrerão dentro de menos de um mês, no sábado, 2 de dezembro, e serão realizadas no polêmico estádio La Bombonera. Acompanhe notícias do esporte no X (antigo Twitter): Siga @esporteemidiabr no Instagram e Twitter e tenha acesso às nossas novidades através das redes sociais. Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.Franca decadência
Tensão, antes e depois em La Bombonera
O encerramento do estádio e as eleições