Os apelidos dos times de futebol argentinos fazem parte da identidade de seus clubes e torcedores. Muitos desses nomes surgiram de situações inusitadas, características locais, ou até mesmo de provocações entre rivais.
Esses apelidos muitas vezes substituem os nomes reais das equipes no dia a dia. A seguir, exploramos as histórias por trás dos apelidos de alguns dos clubes mais icônicos da Argentina, revelando como cada um deles ganhou seu famoso “nome de guerra”.
Argentinos Juniors: Bicho
O “Bicho” é o apelido pelo qual o Argentinos Juniors é amplamente conhecido. Surgiu em 1957, quando Diego Lucero, um cronista do jornal Clarín, usou o termo para descrever a equipe após uma vitória contra o Boca Juniors.
O nome se tornou popular em 1960, quando o clube disputou o campeonato com River Plate e Independiente até o final. Desde então, o apelido se consolidou, e tanto “Bicho” quanto “Bichitos Colorados” são usados para se referir ao clube e seus torcedores.
Atlético Tucumán: Decano
“Decano” é o apelido do Atlético Tucumán por ser o clube mais antigo do norte da Argentina, fundado em 1902. O termo “decano” é utilizado para descrever uma pessoa ou instituição mais antiga e respeitada dentro de um grupo, destacando a tradição do clube na região.
Banfield: Taladro
O apelido “Taladro” (furadeira) foi atribuído ao Banfield na década de 1940, quando a equipe recém-promovida à primeira divisão conquistou vitórias surpreendentes e goleadas impressionantes, “furando” as defesas adversárias. O nome foi dado pelo jornal El Pampeano e desde então se tornou parte da identidade do clube.
Barracas Central: Guapo
O Barracas Central ganhou o apelido de “Guapo” por seu fundador, Ángel “Saquito” Gardella, que era conhecido por sua elegância e por passear pelas ruas do bairro sempre bem vestido, de terno e gravata. Este apelido reflete o caráter destemido e orgulhoso do clube.
Belgrano: Pirata
O apelido “Pirata” do Belgrano surgiu de forma pejorativa por seus rivais do Racing de Córdoba, que acusavam seus torcedores de roubar bandeiras. Embora tenha começado como uma provocação, o apelido foi adotado pelos próprios torcedores e agora faz parte da identidade do clube.
Boca Juniors: Xeneize/Bosteros
“Xeneize” é o apelido dado aos torcedores do Boca Juniors, derivado de “Zenéxi”, o nome dos genoveses no dialeto local. O clube foi fundado por imigrantes italianos de Gênova e, por isso, o termo se popularizou.
Já o apelido “Bosteros” foi usado de forma depreciativa pelos rivais do River Plate, referindo-se ao mau cheiro que vinha do Riachuelo, próximo ao estádio dos grande campeões da Libertadores.
Central Córdoba: Ferroviário
O apelido “Ferroviário” do Central Córdoba remete aos seus fundadores, funcionários da ferrovia Ferrocarril Central Córdoba. Como muitos dos torcedores e jogadores trabalhavam para a ferrovia, o nome se tornou uma homenagem à comunidade local e ao impacto da ferrovia na cidade.
Defensa y Justicia: Halcón
O clube Defensa y Justicia é conhecido como “Halcón” (Falcão) desde 1985, quando Ricardo Pérez, presidente do clube e da empresa de transporte “El Halcón”, incorporou o nome e as cores de sua empresa ao time. Essa mudança trouxe uma nova identidade ao Defensa y Justiça.
Deportivo Riestra: Malevo
O “Malevo” é um apelido peculiar para o Deportivo Riestra, refletindo a imagem de indivíduos astutos e sobreviventes que faziam parte da cultura do tango e dos bairros humildes de Buenos Aires no início do século XX. Este apelido ressalta o espírito resiliente do clube.
Estudiantes de La Plata: Pincharrata/Leão
O apelido “Pincharrata” para o Estudiantes de La Plata tem duas possíveis origens: uma história sobre estudantes de medicina que faziam experimentos com ratos e outra sobre um torcedor que caçava ratos com um garfo grande no mercado da cidade.
“Leão” foi adotado na década de 1970, em parte para se contrapor ao rival Gimnasia, que é conhecido como “Lobo”.
Gimnasia y Esgrima de La Plata: Tripero/Lobo
O apelido “Tripero” para o Gimnasia surgiu porque muitos dos seus primeiros torcedores e jogadores trabalhavam nos frigoríficos da cidade. Já “Lobo” foi inspirado pela localização do estádio, que fica em um bosque, e popularizado pelo cartunista Julio César Trouet na década de 1950.
Godoy Cruz: Tomba/Bodeguero
“Tomba” e “Bodeguero” são apelidos que o Godoy Cruz ganhou devido à fusão com o time da Bodega Antonio Tomba, famosa vinícola de Mendoza. O apelido “Expresso” surgiu em referência a uma campanha brilhante em 1933 e à proximidade do estádio com as linhas de trem.
Huracán: Globo/Quemero
“Globo” é o apelido do Huracán, inspirado no balão aerostático pilotado por Jorge Newbery, um pioneiro da aviação argentina, em 1909. “Quemero” tem origem na proximidade do estádio com uma queima de lixo municipal, cuja fumaça frequentemente invadia o campo durante os jogos.
Independiente: Rojo/Rey de Copas
O “Rojo” vem da cor vermelha de sua camisa, inspirada no time inglês Nottingham Forest, e o “Rey de Copas” surgiu após a conquista de inúmeros títulos internacionais, destacando o clube como um dos mais vitoriosos da América do Sul.
Instituto: La Gloria
O apelido “La Gloria” do Instituto de Córdoba surgiu em 1919, após uma campanha invicta que levou o clube à primeira divisão da Liga Cordobesa. Este nome reflete o orgulho e a tradição do time.
Lanús: Granate
O “Granate” vem da cor da camisa do clube, escolhida para se diferenciar das demais equipes argentinas. O nome reflete a identidade única do Lanús dentro do futebol argentino.
Newell’s Old Boys: La Lepra
“La Lepra” é o apelido do Newell’s Old Boys e surgiu porque o clube aceitou participar de um jogo beneficente para pacientes de lepra, enquanto seu rival, Rosario Central, recusou-se, ganhando o apelido de “Canallas”.
Platense: Calamar
O apelido “Calamar” foi dado pelo jornalista Antonio Palacio Zino, inspirado nas condições de jogo do clube em um estádio que frequentemente inundava, fazendo com que os jogadores parecessem “calamares na sua tinta”.
Racing Club: La Academia
“La Academia” é o apelido do Racing Club devido ao seu domínio no futebol argentino entre 1913 e 1917, quando venceu sete títulos consecutivos e estabeleceu um padrão de excelência.
River Plate: Millonario/Gallinas
“Millonario” surgiu nos anos 1930 devido a contratações caras que destacaram o clube economicamente. “Gallinas” foi um apelido pejorativo após uma derrota traumática na Copa Libertadores de 1966, mas hoje é usado com orgulho por seus torcedores.
Rosario Central: Canalla
“Canalla” é o apelido do Rosario Central, derivado de uma negativa para participar de um jogo beneficente que seu rival Newell’s aceitou. Outra versão menciona um incidente em 1928, quando torcedores do Central incendiaram bandeiras do clube rival Belgrano.
San Lorenzo: Ciclón/Cuervo
“Ciclón” foi dado por Hugo Marini, um jornalista que descreveu o estilo avassalador do time nos anos 1930. “Cuervo” vem dos padres fundadores que usavam batinas pretas, associadas a corvos.
Sarmiento: Verde
“Verde” é o apelido do Sarmiento devido à cor predominante de sua camisa, que sempre foi o verde
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Luiza Ximenes Pernambucano estudou Letras na Universidade Federal do Alagoas. Especializou-se em mídia e comunicação na UERJ, de onde fez nascer o seu interesse pela cobertura esportiva. Ama esportes e maratonar séries documentais. Admira o trabalho de Neymar e torce pelo Santos.