Colunista questiona o atual momento na mídia esportiva que deixou de lado o jornalismo investigativo (Reprodução) |
Ao comentar a semana a Carta Capital apresentou a nova fase da Lava Jato, ao investigar, Carlos Arthur Nuzman, e intitulou a chamada de “jogo sujo”. A revista aponta que a PF apreendeu o equivalente a 480 mil reais em diferentes moedas de cinco países. O Coronel do Vôlei e do COB participou da supervalorização orçamentária do Pan Rio-07 e esteve diretamente envolvido no Rio-16. A operação, entretanto, não menciona a revista que não é exclusiva da PF, ela está em conjunto com órgãos internacionais, entre eles a ministério público francês, que buscam olhar a corrupção no esporte mundo a fora.
Lembrei-me das vezes que o ex-prefeito, Paes, do Rio de Janeiro e Nuzman tripudiaram a ESPN Brasil por conta de suas reportagens investigativas, dos comentários direitos de Lúcio de Castro, das críticas dos outros jornalistas, como também, Juca Kfouri. Chamava a emissora de “pessimista”. Alias, foi a única emissora, a levantar voz coerente contra a corrupção, sempre evidente, dos que se perpetuam no controle cafajeste do esporte insistem em praticar. As emissoras esportivas do Brasil, na atualidade são um fracasso investigativo. Até mesmo a atual fase da ESPN Brasil está na mesma sacola que as outras. O esporte é mostrado apenas como o circo romano. Não há um olhar crítico sobre os cretinos que o comandam. Volta e meia, com interesses sempre obscuro, alguma denúncia é feita, mas ela fica apenas na esfera da denúncia, não há um acompanhamento de causo. Parecem denúncias interesseiras e não investigativas.
Isso contribui na formação do descrédito do brasileiro em relação as instituições. Muito dele nasce da forma medíocre que a mídia televisiva trata destes casos. Mostra um fato, e o esquece em nome da polêmica seguinte.
Albio Melchioretto [email protected] @amelchioretto |
E aqui está o foco da coluna. Não é em Nuzman que aponto, mas na forma leviana como os fatos sobre Nuzman foram/são tratados: a mídia se faz de cega. No dia da denúncia, acompanhei, ao vivo via SporTV. Não tive com verificar os outros canais. Mas na noite, tentei acompanhar os diversos jornais esportivos e todos giravam em torno do mais-do-mesmo. Quando teremos um jornalismo esportivo digno de confiança e que seja capaz de ir além do trivial, com novos fatos e desdobramentos e um editorial que consiga apontar o dedo em feridas e fazer o espectador sentir que pode confiar nas instituições, inclusive naquela que noticia? É papel inerente a imprensa informar, e não apenas entreter.
Faço a pergunta porque os fatos contra Nuzman são vários ao longo dos anos. Mas o que aconteceu esta semana, me pareceu, que a mídia tratou como “surpresa”. Ignoraram uma vida de idas e vindas à justiça. Em matéria deste tipo não existe espaço para inocência e sobra para o maucaratismo.
A corrupção não é uma exclusividade da terra brasilis. Ou alguém, em sã consciência acredita que a escolha de Qatar-22, só para tomar um exemplo, é fruto de um pleito honesto, integro e inteligente? Agora se quisermos manter no foco olímpico, Rio de Janeiro, por muitos dos votantes do COI, semanas antes do anúncio falavam dela como a “pior candidatura”. O que os fez mudar de ideia? Mas o fato do antes e do depois não interessa. Ainda é melhor escolher o gol mais bonito da rodada que dar crédito ao mar de lama que nossos dirigentes vivem.
Se houve herança olímpica, esta é a corrupção.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.