Marcelo Campos Pinto esteve a frente das negociações esportivas da emissora (Foto: Fernando Pilatos / Gazeta Press) |
O dia 27 de maio de 2015 foi determinante para o futuro do esporte na TV Globo. Nessa data, em operação liderada pelo FBI (polícia federal dos Estados Unidos), sete executivos ligados à Fifa, incluindo o brasileiro José Maria Marin, então vice-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), foram presos em Zurique (Suíça), onde estavam hospedados para um evento da entidade que comanda o futebol mundial. A investigação que deflagrou as detenções prosseguiu e se tornou mais abrangente.
E, conforme publicou o UOL Esporte, por Por Guilherme Costa e Pedro Ivo Almeida, com um diretor das Organizações Globo, dois funcionários da TV Globo e três pessoas ligadas ao comando do Sportv, a principal detentora de direitos de transmissão do futebol brasileiro, ainda que não tenha sido citada, acelerou um processo interno de mudança de comando.
O principal alvo dessa reformulação na Globo é Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esporte e principal dirigente da emissora no segmento. Na quinta-feira, um comunicado assinado por Roberto Irineu Marinho, presidente do Grupo Globo, foi distribuído a diretores e oficializou aposentadoria do executivo para o fim de 2015. Procurado, o Grupo Globo confirmou a saída de Marcelo Campos Pinto e disse que as alterações já foram explicadas no comunicado interno.
A aposentadoria do executivo foi antecipada por causa do escândalo Fifa, e a decisão oficializada na quinta-feira é fruto de um acordo com ele – a despeito de deixar o cargo, Campos Pinto seguirá recebendo da emissora.
A prisão dos executivos ligados à Fifa também fez a Globo intensificar a preparação de Pedro Garcia, diretor de negócios dos canais SporTV, Premiere e Combate. Com cursos e reuniões em âmbito internacional, ele tem sido burilado há meses para assumir o cargo de Campos Pinto.
Garcia, contudo, não será “o novo” Campos Pinto. O novo diretor terá menos poder e responderá a um comitê formado por Alberto Pecegueiro (diretor-geral da Globosat), Carlos Henrique Schroder (diretor-geral da Globo) e Jorge Nóbrega (membro do conselho administrativo do Grupo Globo).
De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, o comitê é uma espécie de transição para o esporte da Globo, que deve passar a ser comandado posteriormente por Roberto Marinho Neto, 31, filho de Roberto Irineu Marinho e herdeiro do grupo. Ele vem aumentando paulatinamente a participação no departamento, mas ainda não há uma data para o processo ser concluído. A emissora não comenta esse processo e afirma se tratar apenas de um boato, mas o UOL Esporte sustenta as informações publicadas.
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A presença de Marinho Neto já tem mudado o comportamento do esporte da Globo e limitado o espaço de Campos Pinto, mas a emissora não pretendia fazer uma alteração drástica no comando da área a tão pouco tempo do início dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro – além de ser parceira de transmissão do evento, a TV tem cota de patrocínio.
Já o jornalista Juca Kfouri, em seu blog no UOL, publicou que “quem aposta em Roberto Marinho Neto como novo comandante da área esportiva da Globo, se equivoca. A explicação é óbvia: a família Marinho não quer nenhum dos seus negociando com a cartolagem”.
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.