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Jorge Kajuru foi ameaçado de morte em Goiás (Foto: Reprodução/Esporte Interativo) |
O jornalista Jorge Kajuru revelou ter sido ameaçado de morte em Goiás – onde vive atualmente – após tornar pública uma série de investigações sobre corrupção que tem feito em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) da região.
Em entrevista ao Portal Imprensa, por Matheus Narcizo e Vanessa Gonçalves, Kajuru confirmou estar sob proteção após a divulgação das investigações, que envolvem o nome do governador do Estado, Marconi Perillo, em esquemas de superfaturamento, desvio de dinheiro e nepotismo.
Diferentemente do que havia sido divulgado pela mídia, o repórter desmentiu ter sido ameaçado apenas pelas investigações acerca do esquema de corrupção dentro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Goiás, conhecido por “DETRANSÃO”, no qual ele denunciou uma série de contratos ilícitos firmados entre o Estado e uma empresa fantasma que pertence ao bicheiro Carlinhos Cachoeira, principal investigado da Operação Monte Carlo.
Além deste caso, segundo Kajuru, ainda existem investigações sobre uma série de pedaladas fiscais no valor R$ 1,5 bilhão; casos de nepotismo dentro da Assembleia Legislativa do Estado; o superfaturamento do Tribunal de Contas de Goiás (TC-GO); e o “perdão fiscal” de vinte anos ofertado pelo governador a empresas como Hyundai (CAOA), Mitsubishi e Heineken.
“Não investigo apenas um caso, há uma série de escândalos. Todos estão sob os cuidados do MPF. Goiás é um estado sem leis, onde 90% do que temos aqui pertence ao governador Marconi Perillo”, comentou Kajuru.
Apesar das ameaças, o jornalista refuta qualquer possibilidade de abandonar as investigações. Ele, no entanto, revela certo cansaço em relação ao posicionamento da imprensa goiana sobre os casos. “A imprensa daqui ignora tudo, já estou cansado de ficar sozinho, como uma única voz. É algo escandaloso que faz eu me questionar sobre onde vamos parar”.
A decisão de tornar as ameaças públicas foi, inclusive, a forma pela qual ele diz ter encontrado de tentar se defender. “Não adianta tomar medida legal. Eu não tenho medo de ameaças, o meu medo é com o silencio. Quando há silencio é que há problema. A única medida de segurança que eu posso tomar é tornar o que acontece público. Por isso eu mantenho a página no Facebook, a ‘Jorge Kajuru Goiás’. Ela acaba me protegendo”, comentou.
Ele ainda lembrou o caso do jornalista Valério Luiz, assassinado em 2012, que até hoje não teve solução. “Aqui tem um alto índice de impunidade. Todos sabem que o presidente do Atlético Goianiense participou da morte do Valério Luiz, mas ninguém fala nada. Eu mesmo já tive que sair daqui uma vez, quando minha ex-mulher acabou violentada”, concluiu.
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