Colunista comenta a nova estratégia da Turner para dá visibilidade a Liga dos Campeões (Foto: Divulgação) |
O discurso uniforme da Turner e do Esporte Interativo de que os jogos da atual temporada da Liga dos Campeões da UEFA somente passariam nos canais fechados do EI não resistiu à chegada da quarta rodada da fase de grupos. Com negociações emperradas com as principais operadoras, como Sky e Net e Claro, a Turner resolveu mudar o discurso e distribuir jogos da competição em seus populares canais de filme, como TNT e Space.
A nova metodologia claramente buscar garantir visibilidade a competição, até então restrita a OiTV, GVT e operadoras regionais, e abrir espaço para a chegada de publicidade. A Turner fez um alto investimento financeiro para adquirir os direitos fechados da Liga dos Campeões. E o retorno, certamente, não estava vindo. Sem acerto com as operadoras que detêm cerca de 80% do público assinante de TV, a grana que se contava entrar de cada uma destas empresas não se concretizou. Por outro lado, as propagandas inexistem, pois a lógica de mercado diz que não se pode anunciar em produtos de pouca visibilidade.
Por este ângulo, a estratégia é feliz e correta, pois também agrada em cheio aos assinantes das operadoras que ainda não tinham acesso a cobertura do torneio posto em prática pelo Esporte Interativo.
Mas, como ficam as negociações com as operadoras se os jogos de gigantes como Barcelona e Real Madrid, nesta rodada, por exemplo, vão está à disposição de todos?. A pressão dos assinantes junto às empresas de TV fechada vai diminuir ou aumentar? E as operadoras, como entenderão a estratégia da Turner? As negociações vão avançar ou retroceder?
Na verdade, e é ingenuidade de quem assim não ver, há uma grande pressão no mercado contra a entrada dos canais fechados do EI nas operadoras. O discurso de falta de grade, ou mesmo de altos valores que supostamente estariam sendo exigidos pela Turner, não nos parece ser o ponto alto nesta negociação. Não dá para garantir, pois não há informação segura para tanto, mas é absolutamente estranho, por exemplo, o expediente adotado pelo SporTV de que não abrir espaço para a Liga dos Campeões em seus telejornais. É impensável um canal de esportes [o principal do pais, líder de audiência], dê de ombros para a principal competição de clubes do planeta, quando sabemos que até o ano passado, todos os gols eram exibidos em sua programação. A atitude leva-nos a compreender que o SporTV não tem interesse em dá visibilidade a competição, obviamente para atingir a progressão do EI que detém os direitos do torneio em TV fechada. Quem nos bastidores joga contra a chegada do EI nas operadoras detestou a estratégia de transmitir jogos de clubes populares em canais, também populares, como TNT e Space. A Band também não deve ter se agradado da novidade, uma vez que vai ter reflexo em sua audiência.
Como defensor da ideia que de todos, independentemente de operadora, devem ter acesso a todos os canais, torcemos para que a nova estratégia da Turner alcance bons resultados, não apenas em termos de audiência, mas especialmente no tocante a facilitar o acordo com as operadoras.
Até parece que entre os canais esportivos brasileiros a livre concorrência não é uma ordem de mercado, mas sim, a mais pura falácia.
Quem comentou a #18
Um sucesso absoluto a nossa última coluna que deixou no ar o debate sobre a possibilidade fictícia da chegada de um novo canal esportivo no Brasil e se haveria público cativo para eventos não exibidos no país, tudo a partir da feliz contribuição do leitor Fábio Hermano. Foram tantas participações e comentários, que vou pedir desculpas, mas não poderei reproduzir, pois espicharia demais a coluna. Mas felicito a todos pelo debate saudável e a troca de opiniões sobre o tema. Acho que dá para concluir que haveria sim espaço para um novo canal e, mais do que isso, tem muita gente reclamando de um bom número de eventos esportivos, como a Euroliga de Basquete, que ainda não tem vez no Brasil. Obrigado a todos!
Por Ribamar Xavier
Criador, editor e colunista do Esporteemidia.com
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.