Colunista comenta decisão da Globo de não mostrar os treinos oficiais da Fórmula 1 (Foto: AFP) |
Quando se investe na compra de um evento exclusivo não há outra expectativa senão a do lucro, da audiência alta e dos anunciantes que virão de carona na exibição deste evento. Seja lá qual for a emissora, seus programas precisam dar audiência e consequentemente lucro ou repercussão midiática. Entretanto entendo que muito disso provém da maneira que o evento será tratado e comercializado.
Em 1980, a transmissão da Fórmula 1 (F1) foi feita pela Rede Bandeirantes, por que a audiência era ruim (como acham hoje). Naquela temporada um jovem Nelson Piquet, disputou o título e a Rede Globo, como sempre faz, retomou os direitos de transmissão, exibindo todas as temporadas desde 1981 até hoje.
A Record já tentou adquirir os direitos em 2014 e não conseguiu. Penso que talvez tivesse sido melhor. Sem um evento esportivo importante, sua atenção seria total e irrestrita durante todo o final de semana. Hoje o acordo da Rede Globo com a FOM vai até 2020 e obriga que todas as corridas sejam transmitidas, mas não menciona os treinos. Esse fato gerou o acontecimento esdrúxulo do último sábado e que vem se desenhando há meses.
O treino vive sofrendo alterações na sua exibição e agora virou uma singela informação de poucos minutos dentro de um programa matinal de baixa audiência. A Rede Globo possui os direitos de transmissão das entrevistas pós-treino e pós-corrida, mas as ignora solenemente. Aliás, por falar em audiência, se ela era de 21 pontos em 2003, hoje gira em torno dos 8 pontos e continua caindo. Ainda assim, são números expressivos e que qualquer emissora gostaria de ter em sua grade.
O problema é que a emissora precisa decidir o que fará com o evento. Não dá para tratar o espectador desse jeito. Galvão Bueno não demonstra entusiasmo com as corridas e Cléber Machado conseguiu desagradar a todos. Luiz Roberto tem se saído melhor e deveria ser mais utilizado, a não ser que surja algum outro que não conheçamos.
Não se iludam, o Brasil é um dos poucos países com a F1 na tevê aberta. Em outros países, há um número menor de corridas na tevê aberta ou a divisão com alguns GP´s sendo exclusivos da tevê fechada. Alguns países dependem do desempenho da Ferrari para exibi-los e no Japão somente é acessível pelo pay-per-view.
Em 2014 a emissora arrecadou perto dos R$ 400 milhões em cotas de patrocínio, um valor respeitável. Sendo assim entendo que ainda que por obrigação as corridas estejam na tevê aberta, todo o resto precisa ser logo entregue ao SPORTV para ser melhor trabalhado. Outra opção seria a transmissão gratuita pela globo.com ou por outras mídias que alavanquem a procura. Não é, nunca foi e nunca será um esporte de massa, porém tem fãs fiéis e que merecem melhor tratamento.
Abraços e até a próxima.
Alipio Jr. – colunista do Esporteemidia.com
@alipiojr
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Henrique Neves é antropólogo por formação, mas esportista por natureza. Apaixonado por vôlei, aprendeu a jogar ainda pequeno. Escreve sobre esportes e ama praticar esportes radicais. É formado em Comunicação pela PUC-Rio. Fã de Vinicius Jr, torce pelo Flamengo.